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Trabalhadores lutam por melhores condições de trabalho neste 1º de maio

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante 1º de Maio Unificado das Centrais Sindicais, Dia Internacional dos Trabalha01.05...

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante 1º de Maio Unificado das Centrais Sindicais, Dia Internacional dos Trabalha01.05 e Trabalhadoras. Vale do Anhangabaú - SP. Foto: Ricardo Stuckert/PR

As centrais sindicais realizam nesta segunda-feira (1º) ato unificado do Dia do Trabalho no Vale do Anhangabaú, centro da capital paulista. A festa reúne oito centrais sindicais


Participam da organização do evento a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Força Sindical, a União Geral de Trabalhadores (UGT), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), a Intersindical Central da Classe Trabalhadora e a Pública.

Reivindicações

As centrais sindicais trazem várias reivindicações como pauta prioritária neste ano. Uma delas é a valorização do salário mínimo, com o objetivo de melhorar o poder de compra dos trabalhadores. Outra reivindicação importante é o fim dos juros extorsivos, em crítica à alta da taxa básica de juros. Os sindicatos também pedem a igualdade salarial entre homens e mulheres, além da revogação de partes da reforma trabalhista, que formalizou a terceirização e precarizou as relações de trabalho. Por fim, as centrais sindicais defendem as empresas públicas e se opõem às privatizações.

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante 1º de Maio Unificado das Centrais Sindicais, Dia Internacional dos Trabalha01.05 e Trabalhadoras. Vale do Anhangabaú - SP. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Distrito Federal

No DF, as centrais sindicais e movimentos sociais farão duas celebrações do Dia do Trabalhador. 

A Central Única dos Trabalhadores (CUT-DF) e o Partido dos Trabalhadores (PT) convocaram um ato político-cultural na praça da Feira Central de Ceilândia, região administrativa mais populosa do DF.

"A escolha de Ceilândia como local para celebração da data não foi por acaso. Além de concentrar milhares de trabalhadoras e trabalhadores ─ o que aproxima ainda mais a CUT e sindicatos filiados da base ─ a cidade desempenhou papel fundamental na construção de Brasília e, ao longo dos anos, se consolidou como um dos principais polos dos movimentos sociais, da cultura, das artes e da resistência do DF", explicou a entidade.

As demais centrais, como a dos Trabalhadores do Brasil, a Força Sindical, a CSP Conlutas e a CSB, em parceria com partidos de esquerda e movimentos sociais, fazem o 1º de Maio unificado na altura da quadra 108, no Eixão Norte, região central da capital. A pauta inclui a reivindicação pelo fim da atual política de juros do Banco Central, a redefinição do papel da Petrobras e mais investimentos em infraestrutura econômica e social.

O dia 1º de Maio é considerado a data magna da luta dos trabalhadores em todo o mundo. Trata-se de homenagem aos mártires de Chicago, operários condenados à morte por realizarem uma greve por redução da jornada de trabalho, em 1886.

No Brasil, segundo a CTB, a primeira comemoração do 1º de Maio foi em 1892, em Porto Alegre, um ano depois da decisão da Segunda Internacional Socialista de sacramentar a data como o Dia Internacional dos Trabalhadores.

O presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues, destacou que o primeiro quadrimestre deste ano trouxe conquistas para os trabalhadores, como o aumento do salário mínimo e a elevação da faixa de isenção de Imposto de Renda, de R$ 1.903 para R$ 2.640 mensais. No entanto, ele enfatizou que o 1º de maio é um dia de luta, ressaltando a necessidade de regularização do trabalho por aplicativo, inclusão de trabalhadores no sistema previdenciário e valorização do serviço público.

O ato contou com a presença de aposentados que destacaram a importância da organização da classe trabalhadora para recuperar seus direitos perdidos. O Movimento Brasil Popular (MBP) se juntou a outras organizações de trabalhadores para pedir a reconstrução nacional e união da sociedade contra diversas violências e em defesa dos direitos dos trabalhadores, incluindo os previdenciários. Nonato Nascimento, militante do MBP, defendeu a aliança de trabalhadores do campo e das cidades e a luta pela reforma agrária popular, demarcação dos territórios indígenas e quilombolas.

Mulheres mobilizadas

No ato realizado em comemoração ao 1º de maio, não foram apenas os trabalhadores da ativa e aposentados que marcaram presença, mas também movimentos feministas que reivindicaram seus direitos. A militante Lêda Freitas pediu a união dos trabalhadores para lutar contra a exploração e precarização da mão de obra, em uma era de capitalismo neoliberal e rentista. 

Já no stand da Marcha das Margaridas, mulheres vestidas de lilás defenderam as trabalhadoras do campo e da floresta, destacando as violações de direitos sofridas por elas, como retrocessos na aposentadoria e na assistência, uso de agrotóxicos que causam doenças e mortes, e sucateamento da agricultura familiar. A 7ª Marcha das Margaridas será realizada em agosto na Esplanada dos Ministérios, com a previsão de reunir milhares de mulheres rurais de todo o país.

Foto: Ricardo Stuckert
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante 1º de Maio Unificado das Centrais Sindicais, Dia Internacional dos Trabalha01.05 e Trabalhadoras. Vale do Anhangabaú - SP. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Respeito ao trabalhador e melhores condições de trabalho

Especialistas concordam que produzir trabalho decente no Brasil é um grande desafio. A precarização das relações de trabalho, a informalidade e a falta de proteção social para os trabalhadores são alguns dos principais problemas enfrentados pelo país. A reforma trabalhista de 2017, que formalizou a terceirização da mão-de-obra, também é apontada como um fator que contribuiu para a precarização do trabalho.

Além disso, o Brasil enfrenta altos níveis de desemprego e subemprego, o que dificulta a geração de empregos com boas condições de trabalho. As desigualdades salariais e a falta de acesso à educação e à qualificação profissional também são obstáculos que dificultam a produção de trabalho decente no país.

Para enfrentar esses desafios, especialistas sugerem a adoção de políticas públicas que promovam a formalização do trabalho, o combate à informalidade e a criação de empregos de qualidade. Também é importante investir na educação e na qualificação profissional dos trabalhadores, para que possam se adaptar às mudanças no mercado de trabalho e ocupar vagas mais bem remuneradas.

O Dia do Trabalho, celebrado em 1º de maio, é importante data para reafirmar os compromissos e comemorar as conquistas dos trabalhadores. E também parabenizar a organização sindical pela contribuição na construção da economia e da democracia no país.

No entanto, produzir trabalho decente no Brasil ainda carece de muito esforço em um país voltando a enfrentar problemas como trabalho escravo e precarização das relações de trabalho. A grande tarefa agora é reorganizar o Ministério do Trabalho e Emprego, que foi recebido em condições desarticuladas e abandonadas pela gestão anterior.

Houve um avanço na luta contra o trabalho degradante, com o resgate de mais de 1,1 mil trabalhadores em situação de trabalho análogo à escravidão. Com destaque no diálogo com o setor produtivo para construir soluções que evitem essa situação no futuro.

Sindicalistas da Força seguem em caminhada até ato do 1º de Maio Unificado - Foto: Jaélcio Santana

Em relação à legislação trabalhista, devemos aprimorar o debate sobre mudanças necessárias na legislação trabalhista, principalmente a partir da última reforma trabalhista que favoreceu a precarização das relações de trabalho. No entanto, não haverá revogação da reforma trabalhista, cabendo a todos nós buscarmos consensos para encaminhar os projetos de melhorias na legislação ao Congresso Nacional.

O debate deve versar sobre a garantia de mais direitos aos trabalhadores em aplicativos e a elaboração de legislação que garantirá ganho real ao salário mínimo. Devemos ter o compromisso de implementar o trabalho decente em todos os setores da economia e em todas as regiões do país, em conjunto com as centrais sindicais e demais entidades que representam o mundo do trabalho.

Combater o racismo no ambiente de trabalho

Carla Severiano defende a necessidade de se pensar em ações afirmativas para promover a inclusão da população negra, além de políticas públicas que combatam a discriminação racial e a desigualdade no ambiente de trabalho. Para Carla, é importante que a luta contra o racismo no Brasil leve em conta as características e especificidades do país, e não se limite a seguir modelos pré concebidos.

Projeto de inclusão ao trabalho digno e renda

O Projeto Favela Empreender, liderado por Carla Severiano, tem como objetivo promover a inclusão social por meio do trabalho e da renda. O projeto envolve um centro social que oferece cursos de formação nas áreas de esportes, cultura, educação e alimentação para crianças e adolescentes. Além disso, o projeto conta com uma cooperativa de produção de produtos alimentícios destinados a pessoas com diabetes, hipertensão e obesidade.

A iniciativa visa fornecer oportunidades para as mães das crianças e adolescentes envolvidos no projeto, permitindo que elas trabalhem na cooperativa de produção de alimentos enquanto seus filhos participam das atividades do centro social. O projeto busca incentivar a economia local, gerando empregos e promovendo o empreendedorismo nas favelas.

Incentivar o trabalho, promover a inclusão social e a dignidade

Carla Severiano tem trabalhado para promover a inclusão social e a dignidade para as comunidades vulneráveis no Brasil. Infelizmente, muitas vezes essas pessoas são negligenciadas e esquecidas pelo poder público, o que torna ainda mais necessário o engajamento de líderes comunitários como Carla em projetos que visam melhorar as condições de vida dessas comunidades. 

A criação do Conselho de Ética das Favelas é um exemplo de iniciativa que pode ajudar a dar voz e poder a essas comunidades, que muitas vezes são tratadas apenas como um número nas estatísticas eleitorais. Promover saúde, educação, trabalho, alimentação e moradia para todos é um direito humano básico, e projetos como o Favela Empreender são fundamentais para ajudar a alcançar esse objetivo.

Com informações de Daniel Mello e Pedro Rafael Vilela - Repórteres da Agência Brasil - EBC
Edição Emerson Tormann

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